Quem não passou,
já, pela experiência de viver uma determinada
situação parecendo-lhe já a ter vivido antes?! Mais... tendo a certeza de que já
a viveu, algúres no passado?! Uma situção que se repete fidedignamente não só em
termos de espaço como de tempo. Um Déjà vu?!
Todos nós (julgo eu)! E o que nos acontece, normalmente, nessa altura?! Ficamos extraordinariamente
confusos, pois não sabemos que interpretação lhe havemos de dar! Parece estarmos
a viver uma situação surreal… sem sentido!
E se o presente consciente
(hoje) não for mais do que um passado subconsciente (ontem) vivido num futuro
inconsciente (amanhã)?! E se tudo aquilo que experimentamos no presente não forem
mais do que meras recordações passadas, que ficaram gravadas no nosso
subconsciente?! Se o presente for passado?! E se já estivermos a viver num
futuro longínquo sem termos consciencia disso?! Se o futuro for presente?! Podemos,
inclusive, já não viver nesta dimensão espácio-temporal! Podemos já ter
morrido…
Jamais me esquecerei do
que de mais surpreendente me aconteceu no momento em que tive o acidente de
viação mais grave até hoje. No preciso momento em que me apercebi que iria
colidir com a viatura que se atravessava à minha frente, tive um Déjà vu. Achei estúpido e inusitado ter
um Déjà vu naquele momento… naqueles miseros
milésimos de segundo que, diga-se de passagem, pareceram passar muito
lentamente (houve um instante em que o universo inteiro parou, dando-me tempo suficiente para ficar altamente
confuso com o que me estava a acontecer e tentar, desesperadamente, lutar com
aquela memória a fim de me lembrar como é que a situação iria terminar) que
mediaram a travagem e o embate! Muito provavelmente eu já teria vivido aquela situação
e a mesma ficara retida no meu subconsciente.
Estas situações deverão
ocorrer, apenas, em momentos de grande stress ou de enorme prazer, pois são
estes que “merecerão” ficar registados eternamente na memória “emocional” do Eu.
Todos os outros serão obviamente “esquecidos”.
Outra situação que pode
corroborar com esta “teoria” é o facto de quase toda a gente ter uma fobia qualquer
sem ter nenhuma razão plausível que o justifique. Há pessoas que têm pavor de
cães sem nunca terem sido mordidas por nenhum; outras de água sem saberem porquê;
outras de falar para uma plateia, mesmo que amistosa; e por aí em diante…
Será que essas fobias
se prendem com experiências passadas duma vida anterior?! Será que essas
experiências ficaram retidas no nosso subconsciente desempenhando um papel
preponderante no presente?!
No fundo, se calhar,
o nosso subconsciente não é mais do que aquilo que alguns acharam por bem
designar por alma. Um local onde ficam gravadas todas as experiências passadas
e futuras do Eu, independentemente do espaço e do tempo em que esse Eu viva. E
é só nos sonhos - em que o subconsciente está numa espécie de actualização,
ordenando e organizando todas essas experiências - que podemos ter realmente
acesso áquilo nos vai na alma.
Já me aconteceu, por
exemplo, sonhar com alguém que não via há muito tempo e, surpreendentemente,
rever essa mesma pessoa nesse mesmo dia, sem que houvesse qualquer razão para
que tal acontecesse. Outra experiência tão surreal como o Dejá Vu... mas ao contrário. Um Verra!
Começo a acreditar
que, de facto, há algo muito maior do que somente esta vida terrena. Que há
algo, que não sabemos explicar, que nos faz pairar por este universo
infinitamente. Somos feitos de poeira estelar e como tal fazemos parte
integrante da infinitude cósmica... Sempre foi e sempre será!
Possívelmente vivemos
numa espécie de Matrix, criado por “alguém” para nos fazer lembrar que também
nós já fomos, em determinada altura da nossa existência, humanos...
Luís Alturas, 23 de
Abril de 2012